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terça-feira, 10 de maio de 2011

SAFARILAND (I):

George Six. Conheço a história de muitas personagens do mundo dos white-hunters do século passsado e  a de George Six é uma das melhores *. Saiu de Londres como médico  e foi para  a Tanganica ( actual Tanzânia), provavelmente em 1951 ou 1923,   com  a intenção de  se tornar agricultor. Abriu  uma loja de armas em Arusha e comprou uma  herdade em Kiru Valley. Infelizmente, a tripassonomíase ( tse-tse) infestava a região e , em vez de gado, a terra fervilhava de búfalos , elefantes e rinocerontes. Num ápice  tornou-se  amigo de famosos caçadores como Stan Lawrence e Jacky Hamman e aprendeu a caçar. Tão depressa  retirava um apêndice como consertava um motor diesel ou dizia o nome científico de um peixe.
Six falava inglês, francês, swahili, espanhol e alemão ( tinha sido criado e viajado por uma família ligada às artes e ao cinema). Em 1956, recebeu em Arusha a amiga Leni Riefensthal, que queria fazer um documentário sobre ao comércio  de escravos na África Oriental ( o Scharwz Fracht ou Black Cargo) . É normal os glorificadores de exterminadores de judeus terem esta ternura por outro povos. Numa das deslocações,  tiveram um acidente de jipe em Garissa Bridge, nas margens do Lago Tana. Leni  ficou ferida, foi recuperar à Alemanha  e regressou para acabar o filme. Mais tarde, o socialismo tanazaniano nacionalizou as grandes herdades e a de Six ficou ao abandono.  Ainda assim, aceitou um convite do governo para desenhar aldeamentos turístico-cinegéticos  no Serengeti. Foi viver para Dar es Salaam e casou outra vez, desta feita com uma americana de origem irlandesa. Em 1980, não aguentou o novo fôlego marxista tanzaniano e emigrou para os EUA,  onde acabou os  dias a projectar jardins aquáticos em Raleigh, Carolina do Norte.

* com a ajuda inestimável de Brian Herne.

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