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domingo, 8 de maio de 2011

COZINHA (VII):


Vejo com satisfação o reconhecimento publicitário do pescado  português. José Bento dos Santos lançou a campanha, outros  se seguirão. Talvez os pseudo-mestres , os da sensação de ovo escalfado com risotto de salmão aprendam alguma coisa. A forma como é tratado o peixe da costa nos botequins  da  maioria dos wannabes faz-me sempre  lembrar a Carne com Batatas à Almeida das Pêtas. Os Makavenkos gozavam com a famosa  receita de Francisco de Almeida,  que mais não era do que ...carne com batatas.
O camarão da costa, por exemplo, já não faz rissóis. Já provaram um arroz de camarão da costa?  Pois não sabem o que perdem. A preguiça e a ignorância afastaram estes dois aproveitamentos. Dão muito trabalho.
O robalo ( a maior parte das vezes ressequido e apimentado), os omnipresentes e enfadonhos   filetes de peixe-galo, o atum-do Mediterrâneo apenas corado,  Já um arroz de sardinha, o carolino derretido na cebola e nos pimentos,  sustentando as lindas decepadas e escaladas - fica mal em mesa de patos-bravos.
Nem sempre  a tradição. Muitos percebes, percebem? Tantos, que não se lembram de os juntar num gaspacho sem tomate, apenas o caldo coado e arrefecido da fervura dos capítulos ( a unha) , acomodando  os orgãos reprodutores femininos segados. O conjunto é  perfumado com um dente  de alho e, se me permitem, um cheirinho de rosmaninho cuja secura  combina bem com as cornucópias rochosas.  Serve com tostas azeitadas  de pão de Vila do Bispo.

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