As vozes independentes, sobretudo as partidárias, podiam desempenhar um papel normalizador na campanha. Tomemos, por exemplo, Marcelo Rebelo de Sousa e Manuel Maria Carrilho.
O primeiro, que gosto de ouvir porque é muito bom no que faz ( coisa rara na TV) , não tem conseguido escapar a um olhar tutelar, como se tivesse aterrado ontem em Portugal. Das poucas vezes que tenta ( e tem tentado, sejamos justos), afunda-se na vichyssoise: bom para o camarote do S.Carlos, mau para o momento actual.
O segundo é intrigante. Sendo Carrilho um homem prático ( enquanto ministro da Cultura subsidiou "As Lições do Tonecas"), o instinto de scavenger, dirigido exclusivamente a Sócrates, instala no espectador uma dúvida : aquele azedume todo é político ou pessoal? Como tem deixado de fora o resto do PS - e tanto que ele critica a socratização do partido -, a diferença conta e ainda vai contar mais no futuro.
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