Vamos desfiando, ensaiando. Um dos argumentos utilizados para ridicularizar a suspeita foi o da urgência democrática evidente. Claro que na Líbia não vemos nada disso, mas não importa, vimo-lo no Egipto. O osso é outro. Ofereçamos a palavra a Edward Said*: You don't always need to begin at the beginning; you could take advantage of the overdevelopment of this dominated apparatus and intervene strategically at certain moments. Na altura era o que Said propunha para a defesa da causa palestiniana: nenhum aparelho de dominação - mediática, industrial e cultural - é absoluto. Há sempre falhas, sempre oportunidades de intervenção. O executivo da Google que foi impedido de falar, pela Irmandade Muçulmana, na mega-manifestação realizada no Cairo depois da queda de Mubarak , chegou atrasado ( para seu grande espanto, calculo).
O que quero dizer é simples. O facto de existirem aspirações regionais, práticas e até seculares, não impede que a orquestra tenha um maestro. Mais tarde veremos se o maestro não esteve lá desde o início, mas isso é outra conversa.
* Power, Politics and Culture, Interviews with Edward Said, Vintage Books, 2001.
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