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quinta-feira, 3 de março de 2011

ULTRA MAU-MAU (III):

Vamos desfiando, ensaiando. Um dos argumentos utilizados para ridicularizar a suspeita foi o da urgência democrática evidente. Claro que na Líbia não vemos  nada disso,  mas não importa, vimo-lo no Egipto.  O osso é outro. Ofereçamos a palavra  a Edward Said*:  You don't always need to begin  at the beginning; you could take  advantage of the overdevelopment of this dominated  apparatus and intervene strategically  at certain moments. Na altura era o que Said  propunha para a defesa da causa palestiniana: nenhum aparelho de dominação - mediática, industrial  e cultural - é absoluto. Há sempre falhas, sempre oportunidades de intervenção. O executivo da Google que foi impedido de falar,  pela Irmandade  Muçulmana,  na mega-manifestação realizada no Cairo  depois da queda de Mubarak , chegou atrasado ( para  seu grande  espanto, calculo).
O que quero dizer é simples. O facto de existirem aspirações  regionais, práticas e até seculares, não impede que a orquestra tenha um maestro. Mais tarde veremos se o maestro não esteve  lá desde  o início, mas isso é outra conversa.


* Power, Politics and Culture, Interviews with Edward Said,  Vintage Books, 2001.

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