A expressão é de Raymond Aron, que a utiliza num capítulo das suas memórias. É uma parte que nos diz directamente respeito, porque fala muito de Portugal e do PREC. Volto a ela muitas vezes, sobretudo sempre que vejo o dedinho acusador da duplicidade moral do Ocidente.
Aron imagina o que teria acontecido se tivesse sido o Vietname do Sul a desrespeitar os Acordos de Paris, invadindo o Vietname do Norte: teria sido o trovão, a tempestade e os gritos. E recorda o desprezo a que os intelectuais de esquerda, humanistas e pacifistas, franceses votaram Soljenitsin enquanto execravam o fascismo repressivo de Salazar.
Depois, debate a natureza da posição liberal, consciente das armadilhas que as suas paixões lhe armam, por contraponto à posiçao ideocrática, que a partir de uma certa versão do mundo cimenta a verdade de Estado.
A reler, sempre.
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