A manifestação de ontem mostrou que não há deolindas nem geração à rasca. Óbvio ( recordei-me de uma blague que publiquei no Mar Salgado sob o título "O Novo Portugal", que, basicamente, mandava o pessoal viver como no século XIX). É um erro trabalhar o que aí vem apenas sob a lente geracional: estamos todo no mesmo barco.
As motivações, como expus nos posts anteriores, são demasiado práticas, mas é o que há e é melhor do que nada ( o grande nada de todos estes anos). Uma das libertações que desejo é a do aparelho de dominação centralista e intelectual. Vejam o caso de Pulido Valente : passou estes anos todos a explicar aos "indígenas" que a nossa pobreza é congénita, mas hoje ( Público) já atiça as hordas aos políticos corruptos e incompetentes. Cuidadinho com estes convertidos. Lisboa, os media, os grupos de pressão que impõem as causas que querem, os intelectuais alojados no aparelho de dominação. Esses são os alvos, escolham as flechas.
Do que se trata? Este aparelho tem reduzido o debate em Portugal a um conjunto de pequenos nadas. É fácil dizer que as pessoas não se interessam quando o menu reza grossas de fatias de futebol e novela entaladas em análise política de fait-divers e intrigas de corredor. Mas há mais. Muito do que interessa às pessoas ( a segurança, a corrupção política, o abandono de formas de vida tradicionais como a produção agrícola, etc) vem por vezes à tona num discurso que é rapidamente execrado pelo aparelho dominante: extremismo , arrepiam-se eles.
Seria bom que os protestos vissem mais longe.
Do que se trata? Este aparelho tem reduzido o debate em Portugal a um conjunto de pequenos nadas. É fácil dizer que as pessoas não se interessam quando o menu reza grossas de fatias de futebol e novela entaladas em análise política de fait-divers e intrigas de corredor. Mas há mais. Muito do que interessa às pessoas ( a segurança, a corrupção política, o abandono de formas de vida tradicionais como a produção agrícola, etc) vem por vezes à tona num discurso que é rapidamente execrado pelo aparelho dominante: extremismo , arrepiam-se eles.
Seria bom que os protestos vissem mais longe.
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