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quarta-feira, 9 de março de 2011

A TAL GERAÇÃO:

 Envelhecer é aborrecido, mas não deve roubar lucidez. O tom paternalista  com que a dita geração à rasca/ deolinda é tratada é sintoma de encortiçamento mental. Começa porque não  se paternaliza a realidade. Depois, regista-se  um tom irritado - " o que querem estes tipos? - que indicia , pelo menos, um sentimento de culpa: o que criámos?
A tal geração  não é espontânea. É produto de escolhas feitas pelas anteriores. Por exemplo: quando passámos todos estes anos a viver à  grande e à  francesa, é óbvio que estimulámos um ilusório clima de bem estar. E quando fornecemos  à tal geração diplomas para trabalhar  em cenários inexistentes, por que haveríamos  de esperar gratidão?
Sei bem que nesta história não há inocentes. Dei , durante muitos anos, aulas no ensino superior privado. Conheci a indigência  intelectual e o novo-riquismo de pechisbeque de muitos elementos da tal geração. Acontecem duas coisas:  estes moços não são todos iguais e, ainda que fossem, a responsabilidade seria sempre  do mais velhos. Dos instalados, como eles, mal ou bem,  lhes chamam.
Um sintoma de  enfraquecimento  do laço social é o da fractura temporal.  Não me refiro a costumes, bandas de música ou roupas. Falo de uma fractura mais reptiliana. A tal geração  já não quer, como as anteriores, mudar o mundo dos mais velhos. A tal geração quer um mundo igual ao dos mais velhos.

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