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domingo, 13 de março de 2011

O GRANDE NADA:

A manifestação de ontem mostrou que não há deolindas nem geração à rasca. Óbvio ( recordei-me de uma blague  que publiquei no Mar Salgado sob o título "O Novo Portugal", que, basicamente, mandava o pessoal viver como no século XIX). É um erro trabalhar o que aí vem apenas  sob a lente geracional: estamos  todo no mesmo barco.
As motivações, como expus nos posts anteriores, são  demasiado práticas, mas é o que há e é melhor do que nada ( o grande  nada de todos estes anos). Uma das libertações que desejo é a do aparelho de dominação  centralista e intelectual. Vejam o caso de Pulido Valente : passou estes anos todos a explicar aos "indígenas" que a nossa pobreza é congénita, mas hoje ( Público) já atiça  as hordas aos políticos corruptos e incompetentes. Cuidadinho com estes convertidos. Lisboa, os media, os grupos de pressão que impõem as causas  que querem, os intelectuais alojados no aparelho de dominação. Esses são os alvos, escolham as flechas.
Do que se trata? Este aparelho tem reduzido o debate em Portugal a um conjunto de pequenos nadas. É fácil dizer que as pessoas  não se interessam  quando o menu  reza grossas de fatias de futebol e novela entaladas   em análise política de   fait-divers e intrigas de corredor. Mas há mais. Muito do que interessa às pessoas ( a segurança,  a corrupção política, o abandono de formas de vida tradicionais como a produção agrícola, etc) vem  por vezes à tona num discurso que é rapidamente  execrado pelo aparelho dominante: extremismo , arrepiam-se eles.
Seria  bom que os protestos vissem mais longe.

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