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segunda-feira, 7 de março de 2011

QUANDO TUDO FALHA:


Nada se modificou desde  a última vez que escrevi  sobre a situação política. Não obstante, tenho passado os olhos por rolo imensos de arguta análise. Não há contradicção: um conjunto de pessoas encerradas num elevador avariado  não aguarda o socorro em silêncio.
A ausência, quase total,  de sentido colectivo  no inconsciente  grupal português ( que não sei explicar) continuará a permitir ,  durante  algum tempo, a fragmentação do trabalho social para a resolução dos problemas. Os partidos de poder continuarão preocupados com sondagens enquanto geram as futuras gerações de controleiros profissionais, os  partidos de protesto continuarão a tentar capitalizar o desespero. As pesoas comuns terão um único objectivo: resistir e salvar o que é seu.
Não creio que o esboço de Rui Rio valha alguma coisa.  Num condomínio que se endividou até à morte e em que os vários grupos organizados de  condóminos  nem querem ouvir falar do véu de ignorância  ( a experiência de Rawls),  a solução dificilmente  partirá de um rearranjo colectivo.
Sei que a hipótese de  uma solução é arriscada, mas um liberal à moda antiga  acredita sempre no indivíduo. Nos partidos, nas escolas, nas empresas, nos media, existem com certeza  homens e mulheres indiferentes à letargia e à subserviência. Não falo de condutores do povo ( demagogos), falo de acções individuais de pessoas  descomprometidas com os  aparelhos de dominação política , económica  e intelectual. Uma espécie de gente  a quem falta uma coisa: ambição de glória.
 As grandes mudanças não se fazem por inspiração divina, fazem-se por necessidade.

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