Mobilização, amplo acordo social, diálogo. Este é o roteiro para uma das culturas mais anti-colectivistas da Europa: a portuguesa. O nosso traço psico-cultural determinante é, na minha opinião a absoluta incapacidade de trabalhar em grupo para um objectivo comum. Eu pecador, pelo lado da indisciplina, me confesso.
Os grandes certames ( da Exposição do Mundo Colonial ao Euro-2004) escapam, porque nos queremos mostar ao mundo e há dinheiro; o futebol escapa, porque parte do colectivismo bairrista para a guerra à comunidade ( o que explica que um árbitro, sempre deles, comece a ser vaiado quando entra em campo).
Sei que há muitas teorias. A orografia ( rincões entranhados e isolados durante séculos), a depressão pós-Expansão, o salazarismo, etc. Interessa-me a essência: não acreditamos que o trabalho colectivo nos favoreça individualmente. É verdade e isso define a nossa recusa.
* roubado a Sloterdijk.
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