CAIXA DE CORREIO:
Entro em sabática de blogues. Como a sabática será longa, mensagens podem ser deixadas nesta caixa de comentários. Só mensagens ( dificuldades de distribuição do livro, correcções, etc).
Nota: quem estiver interessado em jantaradas e discussões em Caminha-Moledo, na primeira quinzena de Agosto, deixe contacto.
Pequena novela de oitenta páginas, em ritmo acelerado, que será publicada em Junho, na Quetzal.
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sexta-feira, 10 de junho de 2011
VERÃO QUENTE (VI):
A urgente coligação está quase pronta. Se tem arrancado antes das eleições, seria uma aliança. Uma coligação é fraca, uma aliança é forte.
Uma aliança traduz uma vontade férrea e franca. Uma coligação é apenas um pacto. Pode ser táctico ou defensivo, mas será sempre circunstancial, portanto, frágil.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
DIÁLOGOS DO FUTURO (VI):
Aperfeiçoar-me no fracasso. Ir ao encontro dele.
Carlos de Oliveira- Teremos descoberto um mito? O astro canibal que se alimenta de todo os outros?
Benjamin- O editor disse-me: O que o senhor escreve não tem qualquer efeito sobre o público, não atrai mesmo nada.
Sim. Serei constante.
VERÃO QUENTE (V):
O mar, o mar. Tanto que o ouvi na última campanha: temos de nos virar para o mar. Se fôssemos suiços ou paraguaios , ainda se percebia este encavalitamento nas costas de um vizinho para espreitar o mar. Pois se ele está mesmo à nossa frente, por que raio temos de nos virar para ele? Para onde andámos nós virados?
O pior é que se nos dá para imitar os boat people acabamos nos Açores.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
DIÁLOGOS DO FUTURO (VI):
A direcção-geral da Administração Interna diz que os mortos são uma falsa questão*:
Borges- A democracia é uma suspeição baseada na estatística.
Auden- Ser era um incómodo arcaico.
A direcção-geral é uma paideia.
* a partir do oitavo minuto
DIÁLOGOS DO FUTURO (V):
Com a crise, como fica a ideia material da felicidade?
Gracián- Existem espelhos para a cara , mas não para o espírito.
Agostinho- Não é certo, pois, que todos queiram ser felizes.
Gracián- Sim, nos grandes apertos, não há melhor companhia do que um bom coração.
Vocês não são deste tempo.
terça-feira, 7 de junho de 2011
VERÃO QUENTE (III):
1) Se bem recordam, o Engenheiro Belmiro de Azevedo iniciou o socratismo espectacular-televisivo-moderno com umas implosões em Tróia. Agora inicia o passismo com muitos elogios, enquanto ferra no anterior homem do TNT e volta a chamar empregados aos ministros ( Marques Mendes estava um bocadinho acima , na categoria de porteiro).
2) Ana Gomes ( na Antena1) desenterrou a história "do político português que ia de cabeleira postiça aos prostitutos" ( sic) , isto numa peça toda ela dedicada a Paulo Portas.
Os amplos consensos e os trabalhos de equipa arrancam cheios de força.
segunda-feira, 6 de junho de 2011
VERÃO QUENTE (I):
O governo vai ser dez ministérios mais um . O um é o ministério das prestigiadas sociedades de advogados que vão renegociar ( é tempo de eufemismos) as PPP.
Custos? O pessoal que vá apanhar cereja para a Cova da Beira , como sugeriu o dr. Ângelo Correia ( uma boa ideia, mas, neste contexto, talvez demasiado boa).
A MOBILIZAÇÃO INFINITA*:
Mobilização, amplo acordo social, diálogo. Este é o roteiro para uma das culturas mais anti-colectivistas da Europa: a portuguesa. O nosso traço psico-cultural determinante é, na minha opinião a absoluta incapacidade de trabalhar em grupo para um objectivo comum. Eu pecador, pelo lado da indisciplina, me confesso.
Os grandes certames ( da Exposição do Mundo Colonial ao Euro-2004) escapam, porque nos queremos mostar ao mundo e há dinheiro; o futebol escapa, porque parte do colectivismo bairrista para a guerra à comunidade ( o que explica que um árbitro, sempre deles, comece a ser vaiado quando entra em campo).
Sei que há muitas teorias. A orografia ( rincões entranhados e isolados durante séculos), a depressão pós-Expansão, o salazarismo, etc. Interessa-me a essência: não acreditamos que o trabalho colectivo nos favoreça individualmente. É verdade e isso define a nossa recusa.
* roubado a Sloterdijk.
domingo, 5 de junho de 2011
FUMAR MATA:
1) Um presidente , um governo, uma maioria: foi necessária a bancarrota para cumprir o sonho de Sá Carneiro.
2) Não sei o que invejo menos à equipa de PPC: se a crise se Paulo Portas.
3) Um bom discurso de Sócrates. Terá lido Kraus ( convenço o meu adversário a seguir a minha flecha)?
4) A esquerda que apenas se ocupou da agenda LGBT ( parte do PS, o Bloco e panfletistas diversos) teve o que merecia.
5) O novo PS, enquanto oficialmente jurará fidelidade à palavra dada, fará tábua rasa ( nos media, nas redes sociais, nos sindicatos) do que o antigo assinou. Vão ser tempos interessantes.
6) A crise vai passar a ser a grande responsável pela situação portuguesa.
sábado, 4 de junho de 2011
Lion Hunting Massacre
Este vídeo difunde uma mentira mil vezes mil repetida. Nunca foi a caça desportiva a responsável pela razia de efectivos. Leões, elefantes, búfalos e rinocerontes foram, sobretudo entre os anos 20 e finais de 50, dizimados pelo crope control. Esta actividade consitia em limpar áreas, muitas vezes equivalentes ao Alentejo, de animais daninhos para a agropecuária. Os bichos eram oficialmente classificados como vermins e todas as restrições impostas à caça desportiva eram levantadas. Os interessados eram sobretudo agricultores brancos, como brancos eram os white hunters que, nessa missão, conseguiram atingir recordes mórbidos. Não era raro um white hunter acabar a carreira com mil búfalos ou oitocentos elefantes no saco. Fêmeas e crias incluídas.
ALGUÉM SABE?
Se os problemas ocorridos nas últimas presidenciais já estão resolvidos? Ou vamos ter psicodrama?
Se os problemas ocorridos nas últimas presidenciais já estão resolvidos? Ou vamos ter psicodrama?
DIÁLOGOS DO FUTURO (III):
Benjamin- Os livros e as prostitutas gostam de mostrar a lombada, de nos voltar as costas quando se expõem.
Vocês são demasiado vagos.
Livros electrónicos, i-pad, etc , hã?
Benjamin- Os livros e as prostitutas gostam de mostrar a lombada, de nos voltar as costas quando se expõem.
Kraus-E não podes ditar um aforisma a uma máquina. Leva demasiado tempo.
Benjamin- Livros e prostitutas têm muitas crias.
Kraus- Bem, muitas pessoas escrevem porque lhes falta o carácter para não o fazer.
Vocês são demasiado vagos.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Assembleia popular 23M Rossio
Quando não há nada para fazer, a burocracia é um hábito que se aprende.
Já o nojo face ao lixo , à idade dos participantes e à posição do sol, é apenas esclerose.
( vias de facto)
quinta-feira, 2 de junho de 2011
ESPERA-SE A TODO O MOMENTO:
O outro dourar da pílula, feito nos locais habituais, autênticos fortes da isenção e deontologia jornalística.
O outro dourar da pílula, feito nos locais habituais, autênticos fortes da isenção e deontologia jornalística.
MEIAS TINTAS:
Um aspecto marcante da nossa vida pública, desde a normalização democrática ( circa 1978), é o de termos vivido numa prática capitalista com uma cultura de esquerda. Por exemplo: suculentas negociatas, mas SNS gratuito. Outro exemplo: consumismo desenfreado, mas burocracia esmagadora.
O ideal seria limpar isto. Ou passamos a viver numa cultura capitalista - cada um trata de si e a Igreja trata dos pobres - ou adoptamos uma verdadeira prática socialista: acabam-se os sonhos de viagens a Cancun para as repositoras dos hipermercados. Ambas as opções envolvem grandes tumultos, mas com diferenças. Na opção capitalista, fogo lento e muita munição 7.65mm NATO; na escolha socialista, uma purga e prisões sólidas.
Claro que podemos sonhar. Voltar atrás no tempo. Apagar Tordesilhas e certificar Camões como genovês. Ir ao início do século XX e decretar uma república luterana. Pousar nos anos 70 e incluir nos programas escolares o espírito das hojskole dimarquesas em vez da teoria geral dos grandes lábios. Também podíamos encontrar o Prestes João e não se falava mais disto.
Em qualquer dos casos, não esquecer: redigir apenas 893 leis novas por ano. Os especialistas dos pareceres jurídicos fariam serviço cívico para desentorpecer as pernas.
quarta-feira, 1 de junho de 2011
DIÁLOGOS DO FUTURO (I):
O que vos parece? Como vai a ser a rua?
Gramsci - Os chefes sindicais tornaram-se banqueiros de homens em regime de monopólio.
Ostrogorski- Pois, o partido ideal é uma organização temporária, criada com vista a uma reivindicação específica.
Mosca- O maior perigo para o parlamentarismo vem de um governo sindical, porque o sindicalismo nasce não das doutrinas ou das paixões, mas da organizaçao económica da sociedade,
O CENTRALISMO DEMOCRÁTICO :
Do RAF. O voto não é teu, é do povo ( como a obra da arte, para Preobrazhensky), a tua escolha prejudica a revolução, o desvio é pequeno-burguês e diletante, etc. Nem falta a alusão psiquiátrica ( a Freud).
É por estas e por outras que eu nunca trabalharia no PCP.
Do RAF. O voto não é teu, é do povo ( como a obra da arte, para Preobrazhensky), a tua escolha prejudica a revolução, o desvio é pequeno-burguês e diletante, etc. Nem falta a alusão psiquiátrica ( a Freud).
É por estas e por outras que eu nunca trabalharia no PCP.
O MEU VOTO (II):
Na altura dos pseudo-empates técnicos, escrevi aqui ( e, até antes, no Mar Salgado) que acreditava na vitória do PSD. A explicação residia na intrepretação que faço da velha lei da política: seis anos de governo e uma situação como a actual não deixam margem para novidades. Também continuo a pensar que será uma vitória apertada ( agora, no típico movimento bipolar, já se fala numa vitória folgada). Acontece que os problemas só agora começarão.
Como não tenho agenda nem ambições pessoais no que ao comentário político diz respeito, encaro com preocupação a capacidade de uma equipa política que ainda há dois anos defendia um TGV de produção nacional, apenas porque tinha perdido para MFL ( veja-a a peça: "Mais uma diferença para MFL"). É notável que , apesar disto, muitos soldados do actual PSD ( incluindo jornalistas) tenham a lata de falar em rancor dos ferreiristas e pachequistas? É, mas também é a natureza humana. Ou seja, tanto quanto me diz respeito, ainda é uma equipa das divisões inferiores da política ( não quero acreditar que tenham dito coisas dessas com convicção, porque então seriam apenas perigosamente estúpidos).
Também é verdade que, por não ter a tal agenda nem as tais ambições, concedo que o novo governo venha a ser um bom governo. Muita coisa mudou e é possivel que o novo governo pense mais no país e menos na sua reeleição. Parafraseando Victor Cunha Rego, a rua será um lugar perigoso. Do meu posto de espectador da província apoiarei sem reserva mental tudo que me parecer bem feito.
O meu voto, esse já está decidido ( ver em baixo) e é instrumental.
Fim de análise metapolítica, regresso a outros matos.
Fim de análise metapolítica, regresso a outros matos.
INGENUIDADE BENFIQUISTA:
Espero bem que as escutas feitas aos dirigentes do Benfica, se confirmarem aldrabices ou crimes, sejam aceites pelo tribunal. Desejo que se numa escuta se ouvir A dizer que inflaccionou o preço de B para pagar a C, o juiz não pense tratar-se de um assunto de balões. Também espero que não haja arguidos avisados sobre eventuais mandatos de detenção nem desejos súbitos de visitar Badajoz.
Lisboa não é uma cidade sequestrada : justiça para todos.
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