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sábado, 23 de abril de 2011

 NÃO ESQUECER:


Sebastião da Gama. Passei a apreciar  mais a  poesia de  Sebastião da Gama, quando, há cinco ou seis anos , li um texto  de Ruy Belo na Rumo.  Gama vagueou por revistas e projectos, mas faz parte dos que não receberam a benção revolucionária pós-74. Um dos pecados deve ter sido o de ter colaborado  na Távola Redonda ( de Mourão-Ferreira) onde também escrevia Goulart Nogueira. Este bicho do teatro  ( traduziu Kleist e Strindberg e adaptou Goethe e Racine para a rádio) foi um dos intelectuais do regime. Escreveu  abundantemente   nos orgãos próprios e dirigiu a Oficina de Teatro da UC , um dos pontos de apoio da extrema (e da pouco extrema) -direita coimbrã ( Lucas Pires, Júdice, etc) reunida em torno do Combate e da  Tempo Presente (  Valle de Figueiredo,  Sá e Cunha, etc).
Já vai longa  a digressão. Retornemos a Sebastião, dono de uma poesia directa e de uma  morte tuberculínica  sob os poentes do Portinho da Arrábida. Este vale a vossa visita:


Os que vinham da Dor tinham nos olhos
estampadas verdades crudelíssimas.
Tudo o que era difícil era fácil
aos que vinham da Dor directamente

( Campo Aberto, 1951)

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